quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Vereadores debatem incentivos aos produtores rurais


Agricultura em Teresópolis - Foto de arquivo
 
Na Sessão Ordinária do dia 02.12, os vereadores discutiram o fortalecimento e incentivo aos produtores rurais do município, principalmente do 2º Distrito.
 
O debate surgiu após a leitura da Moção do vereador Fabinho Filé (PMDB) solicitando uma escola técnica de agronomia ou centro interescolar ao Governo do Estado do RJ para a área da Providência.
 
“A escola técnica é para fortalecer o nosso 2º Distrito. Hoje, o filho do produtor rural sente-se desmotivado para permanecer na zona rural, porque não tem apoio nem formação. Muitos jovens estão buscando outro caminho, porque não têm motivação nenhuma na agricultura. O que alimenta nossa cidade, nosso Estado é a agricultura. Se não tiver motivação com uma escola, feito a de Venda Nova (3º Distrito) que é referência - Centro Interescolar de Agropecuária José Francisco Lippi, e apoio para fomentar o 2º Distrito eles vão abandonar a lavoura. É preciso incentivar esse jovem a permanecer no interior”, alertou o vereador Fabinho Filé (PMDB).
 
O vereador Dr. Antonio Francisco (PP) destacou a falta de investimento público no 2º Distrito. “O 3º Distrito, por várias razões históricas de ser politicamente mais atuante e mais forte, chegou a ter seis vereadores e o 2º nenhum. Atualmente, nós temos o Fabinho Filé (PMDB) e José Carlos da Estufa (PSDC). Essa ideia é muito bem vinda.” O vereador anunciou uma reunião, agendada para março/2015, com o professor Edson Guedes (Coordenador do Núcleo de Pesquisa Aplicada à Pesquisa e à Aquicultura) para criação do projeto piloto para um pólo de difusão de aquicultura para o 2º Distrito.
 
O presidente da Câmara, Maurício Lopes (PSL), alertou para a mudança da paisagem na região agrícola com o surgimento de empreendimentos imobiliários. “O resultado desse abandono do homem do campo são as propriedades que não produzem mais se transformarem em condomínios. Várias propriedades já não estão mais produzindo hortaliças e viram condomínios. O homem do campo está realmente desmotivado, o filho do homem do campo está buscando outro meio de vida e isso não é bom para o nosso Município. É hora de procurar os deputados e o Ministério da Agricultura para motivar o trabalhador rural. Essa economia faz a diferença em nosso Município”, declarou.
 
O vereador Fabinho Filé (PMDB) reclamou, também, da falta de reajuste no preço da produção agrícola. “Eu lembro, em 1994, quando surgiu o Plano Real, o mole da couve mineira era R$0,10 e o saco de adubo 50 kg era R$ 8. Hoje, o saco de adubo está R$ 80, e o mole de couve continua R$ 0,10, R$ 0,15. Tudo teve reajuste, mas o produtor não tem. O atravessador é quem ganha”, reclamou. O vereador relatou a inércia da Secretaria de Agricultura. “A agricultura está tão abandonada, que para conseguir o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) tem que fazer uma análise de solo, e aqui em Teresópolis não tem material para poder fazer, temos que procurar em outros lugares.”
 
O vereador Cláudio Mello (PT) sugeriu a criação de uma Comissão Permanente de Agricultura. “Para discutir estas questões. E como a Secretaria está inerte o Legislativo pode ensinar o Executivo a trabalhar. Os membros da Comissão podem fazer um seminário ou uma audiência pública e trazer o produtor rural para dentro desta Casa. Os membros podem ir até ao Ministério da Agricultura”, sugeriu.
 
O vereador Dr. Habib (PMN) disse acreditar no trabalho das cooperativas. O vereador Luciano Ferreira (PSL) apontou a falta de apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater).  “Trabalhei em lavoura dos 12 aos 29 anos. Dez meses de trabalho com a corda no pescoço devendo adubo e esterco. Quando chovia, o dinheiro era para pagar dívidas. Antigamente, a Emater dava mais apoio ao agricultor, hoje nem isso eu vejo mais. Isso tem que mudar. A Câmara tem que usar essa força que tem hoje para melhorar a agricultura”, convocou.
 
O vereador Dr. Antônio Francisco (PP) acredita que essa dificuldade não é privilégio de Teresópolis. “Em todo o Brasil há essa dificuldade. Aqui não há uma ação efetiva da Secretaria de Agricultura que está inerte. Não existe uma equipe para suplementar e orientar a ação dos agricultores. Não tem planejamento, plano de trabalho e incentivo de uso de técnicas modernas.”
 
O vereador José Carlos da Estufa (PSDC) falou sobre a importância da cooperativa. “Estou há dois anos empenhado na criação da cooperativa. A Cresol (Sistema de Cooperativas de Crédito Rural com Interação Solidária) está vindo para cá para cobrir toda a falta que faz a Emater. Vai depender muito do produtor fazer a parte dele. A maior dificuldade é atrair o produtor para aderir à cooperativa.”